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portico di romagna

Portico di Romagna, um cantinho da Itália para comer, amar e viajar

Sabe aquelas cidades que a gente vê nas fotos que se difundem nas redes sociais, com paisagens bucólicas, ruas de pedras, varandas floridas? Pois uma delas eu conheci pessoalmente, e se chama Portico di Romagna, uma cidadezinha situada praticamente na divisa entre a região da Emília-Romanha e a Toscana.

Além do fato de Portico ser linda, passei um dia incrível lá na companhia do pessoal do Al Vecchio Convento, um hotel e restaurante localizado em um palacete do século XVIII, pertencente no passado a uma das famílias mais antigas da cidade.

Quem não gostaria de viver em um lugar assim?

 

Portico di Romagna e sua beleza simples

Portico foi erguida ao longo da estrada que antigamente conduzia a Florença. E quando eu falo de “antigamente”, me refiro à época do Império Romano, pois já naquele período era uma importante cidadezinha comercial. Posteriormente, no final do século XIV, a República Florentina escolheu Portico como capital dos seus territórios situados na região da Romanha.

Até hoje a cidadezinha conserva muito bem seu aspecto medieval que, na minha opinião, é justamente a característica que lhe dá todo aquele charme que nos faz apaixonar perdidamente por ela.

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Ponte della Maestà, que passa sobre o rio Montone, um dos cartões postais da cidade. A ponte ainda mantém seu aspecto e sua pavimentação originais, tendo sido construída provavelmente entre os séculos XVII e XVIII. De lá se tem uma vista linda para as antigas casas à beira do rio (veja foto abaixo).

 

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Casinhas à beira do Rio Montone

 

Uma curiosidade de Portico di Romagna é uma história ligada a Dante e sua amada Beatriz. Dizem que um dos palácios da cidade, o Palazzo Portinari (um edifício bem ao lado do Al Vecchio Convento), pertencia ao pai de Beatriz e teria sido justamente em Portico que a donzela teria encontrado Dante!

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O jardim público da cidade se chama justamente “Dante e Beatriz”.

 

 

Al Vecchio Convento

Voltando ao assunto “Al Vecchio Convento”, o objetivo principal de nossa ida a Portico era conhecer o trabalho da família Cameli, que há 40 anos é proprietária do restaurante na cidadezinha.

Tudo começou em 1975, quando D. Marisa e o Sr. Gianni decidiram se mudar para a cidade natal onde ela tinha nascido, adquirindo então a osteria local. Eles transformaram um dos palácios históricos do centro da cidade em um hotel 3 estrelas o chamaram de “Al Vecchio Convento”.

Em 1994 reformaram uma dependance situada a cerca de 50m do edifício principal e, desde 2004, o hotel se transformou no primeiro Albergo Diffuso da Emília-Romanha. Em poucas palavras, um albergo diffuso, ou hotel difuso, é um tipo de hospedagem alternativa, quando as acomodações de um hotel estão espalhadas pela cidade, em diversas estruturas, e geralmente se localizam em edifícios históricos, torres, casarões reformados. Enfim, é um modo de revitalizar os antigos imóveis.

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A gestão do Al Vecchio Convento é feita totalmente em família. Marisa, a mamma, administra, Gianni, o pai, juntamente com os filhos Massimiliano e Matteo, capitaneiam o restaurante. É nessa atmosfera familiar, informal, relaxada, que degustamos as delícias da cozinha do Al Vecchio Convento, rimos, trocamos ideias e colocamos a mão na massa!

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Aula de culinária: que experiência!

Apesar de viver há oito anos na Itália, nunca, nunquinha mesmo, tinha tentado fazer massa fresca em casa. Não sabia nem por onde começar. Mal sabia que lá no Al Vecchio Convento me esperava uma aula de massa fresca que jamais esquecerei.

Os ingredientes básicos para a massa e o recheio.

 

Como na aula havia pessoas que não falavam italiano, Massimiliano, que é um dos chefs do restaurante, nos explicou todo o procedimento em inglês. Para auxiliá-lo, se juntou a nós uma senhora de Portico, uma daquelas mammas que cozinham coisas deliciosas e que todo mundo queria ter uma igual na família.

Misturar os ingredientes foi fácil, difícil foi ter a habilidade para abrir a massa, um procedimento rigorosamente feito à mão com um simples rolo.

 

Aprendemos a fazer ravioli e tagliatelle. A massa é a mesma, só muda a forma. Com metade da massa, moldamos os ravioli que foram recheados com ricota e espinafre, com a outra metade fizemos as tagliatelle. Depois de todo o trabalho braçal (com uma ajudinha básica dos mestres), o resultado da nossa produção se transformaria em nosso almoço. Eu mal podia esperar para saborear meu primeiro macarrão feito à mão!

As massas produzidas por nós, foram temperadas por Massimiliano que escolheu um molhinho bem simples à base de manteiga e sálvia para os ravioli. Por fim, ele ralou um pouco de trufa preta por cima. O prato de tagliatelle foi servido com cogumelos. Uma delícia! Os outros dois pratos foram preparados também por Massimiliano: uma sopinha de grãos e uma sobremesa delicadíssima: sorvete de castanha com molho de morango e gelatina de vinho.

 

Como as temperaturas estava ótimas, tivemos a sorte de almoçar ao ar livre. Uma maravilha!

 

 

Caça às trufas: em contato com a natureza

Portico di Romanha fica a poucos quilômetros de um bosque onde podem ser encontradas ótimas trufas, tanto que uma das atividades oferecidas pelo Al Vecchio Convento é a caça às trufas.

Matteo, o irmão de Massimiliano, é um caçador de trufas experiente e com seus dois cães, Otto e Rex, nos levou ao bosque para que pudéssemos ver como é feita a caça. Depois de calçarmos sapatos adequados para o trekking, lá fomos nós, mata adentro.

Os cães trabalharam em modo magistral. Adestrados como se deve, depois de alguns alarmes falsos, encontraram duas trufas brancas, uma delas bem grandinha. Matteo nos explicou que o adestramento dos cachorros inicia quando eles ainda são filhotinhos e que eles devem entender exatamente o que procurar. Para os animais é uma brincadeira bem recompensada. De fato, quando encontram uma trufa, ganham um prêmio bem apetitoso.

Matteo e seus fiéis escudeiros: Otto e Rex, dois cães da raça Lagotto Romanholo.

 

Uma das trufas

 

Por fim, Portico di Romagna é uma beleza escondida na divisa entre a Toscana e a Emília-Romanha. Sem dúvida, vale a pena pegar um carro e sair sem rumo para conhecer esta parte central da Itália!

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